segunda-feira, 10 de agosto de 2015

Luzes na Névoa (Parte 3)

    "Onde eu estou?" Esse foi o primeiro pensamento que eu tive após de acordar meio tonto ,amarrado por cintos em uma maca hospitalar. Ao observar o ambiente reparei que tinha uma agulha conectada a uma embalagem de soro , como as de hospitais que ficam em suportes, o liquido que tinha dentro do pacote era amarelo claro. A sala estava meio escura, mas tinha uma pequena luz iluminando o ambiente, o mesmo estava bem sujo mas aparentava ser uma sala de cirurgia, a unica coisa que eu não queria naquele momento era ser operado.
    Após alguns momentos, recobri completamente a minha consciência, e vi que as cintas estavam meio gastas,ainda bem que tinha isso ao meu favor, comecei a forçar na tentativa de estourar alguma delas.Após alguns segundos tentando consegui, com o meu pé, estourar as que estavam na perna,uma por uma, e forcei um pouco a da mão esquerda e me soltei. Livre completamente, tirei a agulha  do meu braço e fui agachado em direção a uma porta, abri ligeiramente e segui por um corredor, ele tinha pisos alternados entre preto e branco (Como em um xadrez) e uma luz amarela bem fraca, fui o mais rápido que a minha condição permitia, até que ouvi passos, rudes e estrondosos , como de alguém que não se preocupava com não ser notado, e esses estavam aparentemente em direção a sala que eu acabara de sair, então me movi até uma espécie de enfermaria e aguardei, até ouvir gritos enfurecidos. Logo após isso só consegui ouvir sons de passos pesados e rápidos vindo pelo corredor, entrei dentro uma de pequena sala na onde eu estava, lá dentro tinha um grande buraco que ficava no canto, eu observei e vi que era grande o suficiente para eu caber lá, peguei uma caixa de papelão que estava do lado, entrei na fenda e arrastei a caixa pra frente.
     Escuto os passos se aproximando, entretanto eles passaram direto pela mesma, minha respiração se acalma, porem não estou me sentindo bem, aquele fluido que foi injetado era alguma espécie de droga?! Meu corpo está ficando mole, não posso desmaiar, apagar agora significa uma possível morte. Sinto alguém chegando, pisando sorrateiramente , como se estivesse a procura de alguém, agora acabou para mim, é aqui que eu morro.Tudo fica negro e possíveis sons de movimento se aproximam e minha consciência vai indo embora cada vez que ele se aproxima.
      Como em um passo de mágica eu apaguei e voltei, é, ainda estou nessa "toca" , não ouço mais passos, acho que é a hora perfeita para sair e tentar dar o fora dessa carnificina. Arrasto alguns milímetros a caixa e não vejo ninguém, ao empurrar o caixote , saio do buraco e me posiciono de maneira curvada, sigo até a porta do local  e pego uma faca que estava em cima de um pequeno balcão ao lado da mesma.Tudo está indo bem , consigo ver uma recepção, ao me aproximar vejo que existem muitos Pitbulls guardando a entrada, eles pareciam estar dormindo, é melhor eu arriscar, pode ser a minha unica chance.
       Vou bem devagar até a porta, dou um leve toque e ela abre, sem ranger muito, quando saio do recinto me deparo com um grande terreno de concreto cercado de árvores, e pra melhorar tudo , estava de noite. Saio correndo através de sucatas e entulho até entrar na floresta, estava muito frio, tinha que passar por ali o mais rápido possível. Após alguns minutos correndo já não consigo mais ver o hospital ( que de fora não parecia nem um pouco um hospital mas sim uma construção inacabada e velha) sigo meu caminho por uma pequena trilha , estou com frio, medo e possivelmente drogado. Durante meu trajeto sem fim , estava me perguntando o porque de tudo aquilo, nada fazia sentido, eu era apenas um jornalista mal sucedido desde a morte do meu pai.
        Chego até uma pequena clareira, está um nevoeiro denso , não vejo nem dois palmos a minha frente quase, até que vejo algumas luzes na névoa vindo em minha direção.
       -Pensei que não te acharia nunca mais, coelho fujão- O meu raptor estava dentro de uma caminhonete.
        Ele abriu a porta, e logo correu em minha direção,levando um tempo que parecia infinito,pondo em conta tantas coisas que passavam em minha cabeça, o desespero que eu sentia era tanto que quando ele se aproximou eu peguei a faca de meu bolso e enfiei em seu rosto  e sai correndo direção à caminhonete , por sorte estava ligada, dei ré por uns metros até que o carro desligou e o brutamontes chegou até mim , me arrancou do carro e me jogou na lama.
       -UMA FACADA NO ROSTO?! HAHAHA EU NUNCA USARIA UMA MASCARA QUE NÃO SUPORTASSE AO MENOS ISSO ! VOCÊ VAI SOFRER TUDO O QUE EU SOFRI NA MÃO DAQUELES MERDAS GRAÇAS A SUA MATÉRIA NAQUELE MALDITO JORNAL POR CAUSA DO SEU PAI.
      Agora está tudo claro, ele é o assassino do meu pai, ele foi o cara que foi torturado pela máfia do meu falecido , ele era Eric , o homem que eu jurei achar após que descobri que meu ídolo foi assassinado por um bandido qualquer.
     
     
 

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