sexta-feira, 7 de agosto de 2015

Luzes na Névoa. (Parte 1)

    Era um dia normal, eu esperava o alarme tocar as seis da manhã para me levantar e ter mais um dia normal de trabalho. Eu não era o gênero de pessoa que era feliz com a sua própria vida, mas levava meus dias com o maior entusiasmo que eu poderia tentar. Solteiro,sozinho, vivendo de aluguel, com certeza não era isso que eu planeja na minha juventude. As cobertas sobre mim tinham um poder mágico de aconchego que parecia transformar aquele momento,o despertar, em um dos melhores do dia. Me deparava com o meu quarto, já um pouco iluminado graças os poucos raios de luz que adentravam pela janela de meu quarto, o piso era frio e branco, como a neve, as paredes , de uma tonalidade creme , e do lado esquerdo de minha cama havia um criado mudo, que de mudo, não tinha nada.
   Objetos, decorações e sentimentos, isso que preenchia meu quarto. Quantas vezes não fixava meu olho do quadro, que ganhara de meu pai, e pensava todos os momentos que tivemos juntos, sei que ele já se foi a sete anos, mas ao mesmo tempo que ele se foi, a minha esperança também. Era órfão novamente, ao nascimento, virei órfão de mãe, e aos vinte três , de pai.
    -O alarme toca-
    - É, está na hora.- Todo dia eu fazia este monólogo para levantar mais rápido.Saí da cama. fui  ao banheiro, tomei um banho, após isso escovei os dentes e olhei no espelho.
-Olá- O desespero tomou conta de mim, um ser que não era eu no meu espelho, esfreguei os olhos e vi na pia, meu remédio estava ali, esqueci de toma-lo ontem. As Alucinações eram minhas amigas desde a morte de meu pai, sofria disso caso não tomasse meu tarja preta três vezes ao dia.Ontem não tomei devido a ter chegado tarde de uma festa, admito que estava muito bêbado, quase não me recordo de nada, trágico.
      Me arrumo, abro a porta do quarto, rumo à sala, e me deparo com uma pessoa morta, ensanguentada e com uma faca cravada em sua testa. Me aproximo lentamente do cadáver... Há um barbante e um papel amarrados na faca, ele está escrito algo...
   "Não olhe para trás"

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