domingo, 9 de agosto de 2015

Luzes na Névoa (Parte 2)

    Pois é, eu nunca fui muito de seguir conselhos, principalmente dados em papeis. Lentamente fui me virando, minhas mãos estavam tremendo, eu nunca me senti assim, estava acuado como um animal aflito. Ao fim do movimento de rotação, me deparei com um homem, ele tinha um porte de fisiculturista, usava um macacão cinza (totalmente sujo e com uns rasgos) com as mangas arregaçadas ,uma bota preta e uma mascara de palhaço bem horripilante, pior do que em qualquer filme...Em suas mãos tinham facões e seu olhar estava focado exclusivamente no meu rosto. Na tentativa de fugir acabei caindo de costas , e fui me arrastando até a porta do apartamento. Ele começou a andar lentamente em minha direção, por sorte, a porta estava apenas encostada, me permitindo sair mais rapidamente.
    Uma das desvantagens de morar no sexto andar de um prédio antigo é que graças à ausência de um elevador, temos que descer bons lances de escada. Em minha velocidade máxima, segurando nos corrimões, eu desci todas as escadas até a porta da garagem. Entrei, e logo fui a busca do meu carro, um Fusca 79' , eu sempre deixava ele aberto com a chave dentro, porque eu sempre esquecia de pegar a chave de manhã no meu apartamento. Já estava saindo da garagem quando vi pelo retrovisor o homem na porta de entrada da garagem olhando para mim, eu estava a salvo, pelo menos eu achava.
   Fui à delegacia mais próxima prestar queixa do ocorrido, então ao chegar a minha vez de falar com o delegado eu esclareci o caso:
    -Senhor, qual o seu problema?-disse o delegado.
    - Então, eu sei que parece loucura, mas tem um homem, um homem morto no meu apartamento e tinha um cara lá..-Estava muito ansioso para conseguir falar, a face do delegado estava muito duvidosa.
     -Descreva o "homem" que estava lá.-Então eu descrevi e contei sobre todo o ocorrido.
     - Eu irei chamar dois policiais para acompanhar você ao apartamento e ver tudo.
     Estávamos subindo os ultimo degraus que dariam ao sexto andar quando me deparei com a porta fechada, eu havia deixado aberta.Falei isso aos policiais, eles sacaram suas armas e se prepararam para abrir a porta, ao abrirem, não havia nada, nem sangue, nem um homem morto e nem um maniaco. Eles olhavam para mim com cara de raiva.
    -Podemos revistar a casa?-Eles devem achar que tem drogas por ai, merda, não vão acreditar em mim.
     -Podem.- Eles foram à porta do quarto e começaram inspecionar tudo. Após um tempo eles acharam, na pia, o meu remédio para alucinações, eu tinha colocado uma fita branca nele e escrevi "para as alucinações" ,creio que isso me delatou.
      -Então, senhor, achamos isso- Ele mostrou o remédio- Tem algo a dizer?
      -Eu juro, eu tomei ele hoje de manhã!-Porém em minha mente eu não me recordava de ter tomado.
       -Tudo bem, então não será um problema você me acompanhar novamente até a delegacia e ter uma conversinha com o nosso médico de plantão, né?- Estavam vindo em minha direção e preparados para me agarrar caso eu tentasse fugir ou algo do gênero.
        Eu me deixei ser levado até a porta da minha casa, quando estávamos saindo, na base da escada apareceu o cara , ele estava com aquele homem no seu ombro e ele estava segurando apenas um facão. Ao nos ver ele subiu a escada rapidamente com uma fúria, os policiais abriram fogo, mas parecia só retarda-lo. Ele arremessou o facão em um dos policiais e no outro o homem em seu ombro. No meio dessa confusão eu estava encolhido no canto da parede. Após ele acabar com os policiais , ele veio em minha direção , marchando lentamente , ficou alguns segundos olhando fixamente e me pegou pelo pescoço e me levantou , ele estava me sufocando e eu tentava gritar mas nada saía , então quando eu estava prestes a desmaiar ele disse
   -Você está morto.


Nenhum comentário:

Postar um comentário